. Primeiro dia, primeiro emprego. Num prédio cinzento da Av Estados Unidos, recebemos nossa missão: retratar o Brasil com informações necessárias ao conhecimento da sua realidade. Equipado (crachá, mapas, panfletos, e um Palmtop maneiro), parti para campo, setor nas Ruas Arábia e Iraque/Vale das Pedrinhas. Trabalhei duro pra fechar a cota de entrevistas. Na saída da favela, três caras me abordaram. Li na faca que puseram no meu pescoço: MADE IN USA. Eu só tinha umas moedas. Implorei – bróder, pelamordedeus, esse Palm é da empresa, vale meu emprego... O líder olhou o material da pesquisa com desconfiança. Contou as moedas e falou
: – Man, não reclama, que tu tá melhor que eu... Agora, cata suas coisas e VAZA, BACTÉRIA!
: – Man, não reclama, que tu tá melhor que eu... Agora, cata suas coisas e VAZA, BACTÉRIA!
Pedro Paula
Relembrando os tempos de IBGE. O texto acima vai sair na seção bactérias da Lupa 4, revista da FACOM/UFBa. A foto é num lixão em Quingoma, o bairro mais bizarro que já vi. Fica em Lauro de Freitas e as casas são de papelão, madeirite e pedaços de lata de tinta. Saudades de andar de bandeirantes 4x4, rally dos sertões em plena grande Salvador. Sinto falta de entrar pela casa das pessoas levando conhecimento e buscando informação e, sobretudo, da bufunfa na conta todo dia primeiro!