Eu só sei do que sou capaz
Pois, do que não sou,
Não vou desistir jamais
quinta-feira, 25 de novembro de 2010
domingo, 24 de outubro de 2010
Conselho Dominical de Ferreira Gullar
Há dias que amanhecem bonito
e a alma insiste em acinzentar
Se a vida perder o sentido
Só nos resta sair
Sem destino
e Andar
e a alma insiste em acinzentar
Se a vida perder o sentido
Só nos resta sair
Sem destino
e Andar
. Sexta, 22/10, fui ao show de Carlinhos Brown no TCA, onde ele contou sobre uma noite em que ficou acordado até altas horas, insône, sem saber porquê não conseguia dormir. Começou a rezar, e, estranhamente, não foi pelo Pai Nosso, e sim pela Ave Maria. Rezou tanto para Maria que dormiu. Pela manhã, Brown acordou e, sem lembrar como, descobriu que havia recebido mais uma música, "Maria de Verdade", que veio a ser gravada pela ilustre visitante que recebeu neste dia, Marisa Monte.
. Hoje, abri o jornal e li uma crônica de Ferreira Gullar ("Os Acasos da Manhã"), onde ele fala sobre um dia que amanheceu belo, mas ele estava de alma acinzentada. Sem razão ou destino, saiu para andar pelas ruas do Rio. Foi reconhecido por um senhor, provavelmente argentino, que lhe abordou dizendo ter levado uma crônica sua ao síndico do edifício onde o poeta morou em Buenos Aires, quando estava exilado. Nesta crônica, Gullar fala de uma vez em que voltou à cidade para lançar sua grande obra, "Poema Sujo", e um amigo o levou para tirar fotos e filmá-lo em frente à moradia onde escreveu o livro. Hoje, quem passa pela calçada deste antigo edifício na capital argentina pode constatar sua importância para a poesia brasileira como berço da concepção do "Poema Sujo, ao ler a crônica de Gullar, devidamente emoldurada na parede. Essa mistura de destino e acaso, que nos leva a recriar a realidade de modo tão singelo e bonito quanto Brown e Marisa fizeram ao criar "Maria Verdade", ainda fascina o maior poeta vivo brasileiro, aos 79 anos.
. A angústia nos dias bonitos, a insônia nas noites calmas, existe algo de perturbardor em nossa condição humana: aprisionados em nossos corpos, inseridos em universos simbólicos, confusos ou convictos acerca de nossos sentimentos e ideologias, somos impelidos a nos expressar através de experiências compartilhadas para que, de fato, existamos além de nós mesmos. Para saírmos de nós e penetrarmos em corações alheios (ou na eternidade), temos que interagir com os outros, tocarmos em seu afeto. Sem eles, nossas experiências não têm sentido.
. Precisamos nos expressar. Ou então, não há porquê se manifestar, não há porquê Carlinhos dormir, não há porquê Gullar sair e andar, nem porquê eu blogar. Continuem a se manifestar, Brown, Gullar e outros iluminados, pelo bem da humanidade. Que todos se manifestem esteticamente, para manter em dia a própria sanidade.
sábado, 21 de agosto de 2010
terça-feira, 17 de agosto de 2010
Fase de Frases
Antes de ter tudo o que quer
Dê valor a tudo o que tem
Liberdade não é a viver sem regras
E sim saber seguir suas próprias regras
Dezoito anos:
Um milhão de idéias na cabeça
E nenhum tostão no bolso
Dê valor a tudo o que tem
Liberdade não é a viver sem regras
E sim saber seguir suas próprias regras
Dezoito anos:
Um milhão de idéias na cabeça
E nenhum tostão no bolso
sábado, 7 de agosto de 2010
Quantos Rios Correm nos Lençóis
Quantos rios correm nos lençóis
E deságuam, emaranhados entre nós?
Só rio em seu sossego
Sonho afogado em beijos
Navego em seu corpo para amar
Como um barco sem vela ou cais onde atracar
Destino incerto, marinheiro sem mar
Não espere da vida mais do que aconteça
Esqueça
Toda água do mundo nunca vai acabar
Antes da primeira chuva cair
Suas lágrimas irão secar
Ardente, nosso leito
Vai derramar desejo
Em ondas nosso amor se espalhará
Letra de Pedro Paula e Marcos Gabriel Lisboa
Frases Bivolt
Remédio pra secura
É comer água de chuva
O que o egoísta e o maconheiro têm em comum?
Tudo o que fazem é baseado em suas mentes
É um sujeito perspicaz
Pega as coisas por sua essência
É comer água de chuva
O que o egoísta e o maconheiro têm em comum?
Tudo o que fazem é baseado em suas mentes
É um sujeito perspicaz
Pega as coisas por sua essência
quarta-feira, 14 de julho de 2010
Flor no Copo D'água
O nosso amor é como a flor no copo d'água
Cujo perfume esqueceu-se pela sala
Quase tão bela quanto a saudade
Tem prazo de validade
Pois quando a flor da natureza é separada
Toda beleza seca e torna-se mágoa
Por mais que o tempo vá correndo ou se arraste
Pólen, polemiza qualquer uma relação
E se a gente não resiste à vida e mente
A flor não vira semente
E vai terminar nas mãos
De alguém que vai apenas apreciá-la
E pôr pra morrer de sede a flor no copo d'água
Eu não queria que tudo terminasse assim
Pois eu costumo insistir até o fim
Amor gostoso feito uma caixa de chocolate
Mas acabou antes que você chegasse
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